Somente o total desespero, já na reta final de campanha, e muita vontade de desrespeitar a Lei das Eleições, o que pode caracterizar crime passível de punição de pegar até pena de cadeia, de 6 meses a 1 ano e mais multa no valor de 50 mil a 100 mil UFIRs, podem explicar a atitude da candidata à prefeita de Filadélfia-TO, Maridalva Bento, de divulgar o resultado de uma pesquisa proibido pela Justiça Eleitoral, decisão também corroborada em parecer do Ministério Público Eleitoral, MPE, de 1º de outubro.
A proibição pela Justiça Eleitoral da pesquisa, agora divulgada por Maridalva, que parecer ter entrado no modo do desespero total, ocorreu porque, no ‘levantamento’, a empresa Pindorama Tur, aberta muito recentemente, em 12 de julho, ao invés de entrevistar moradores de Filadélfia, realizou os trabalhos em bairros que pertencem, na verdade, ao município de Ananás-TO, conforme o registro feito pela própria empresa no sistema do Tribunal Superior Eleitoral, TSE.
“No caso dos autos, é certo que a pesquisa divulgada pela representada (Pindorama Tur) consta informações aparentemente extraídas de localidade diversa, já que indica as intenções de voto dos eleitores do Município de Ananás-TO”, escreveu em 1º de outubro o promotor Pedro Jainer Passos Clarindo, da 8ª ZE-Filadélfia, que se manifestou pela manutenção da proibição da divulgação da pesquisa da Pindorama Tur.
Afora os fortes indícios de que Maridalva Bento pode ter praticado um crime que pode resultar em pegar pena de cadeia de até 1 ano, mais multa, a candidata sequer recorreu da decisão da Justiça Eleitoral de proibir a divulgação dos ‘resultados’ da tal de ‘pesquisa’. Na movimentação do sistema unificado de acompanhamento de processos do TSE, nada indica que Maridalva Bento, ou a sua coligação, tenham contestado a proibição. Os últimos movimentos, e mesmo os documentos disponíveis, mostram que apenas o parecer do MPE, favorável a manutenção da proibição da divulgação da pesquisa, constam do sistema do Tribunal após a decisão da proibição da divulgação.
Conforme já revelou o jornal O Tempo, há mais irregularidades na pesquisa proibida pela Justiça Eleitoral e agora divulgada à revelia da Lei, o que pode render graves e sérias consequências criminais à Maridalva Bento. Para tentar dar ares de legalidade ao ‘levantamento’, a Pindorama Tur aponta como contratante o Jornal Porto News, de Porto Nacional-TO, que teria desembolsado R$ 3 mil pelos servicos, conforme nota fiscal disponível no sistema do TSE. Ocorre que, tanto a muito recém fundada Pindorama Tur quanto o Jornal Porto News têm, ambas, o mesmo sócio-administrador, Lidevino Ferreira Filho.
Lidevino Ferreira Filho é um reincidente em irregularidades e proibições de divulgação de pesquisas eleitorais. Ele alcançou o estrelato nacional em 2020, quando matéria do jornal O Globo apontou que o Porto News ‘realizava’ pesquisas sem ter habilitação para tal atividade.REVEJA TUDO AQUI