Bastou o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi, manifestar apoio à reeleição do prefeito Eduardo Braide (PODE) em São Luís para expor as entranhas do partido no Maranhão. O deputado estadual Roberto Costa rebateu prontamente e afirmou que a decisão vai ser do diretório municipal.
A Executiva Estadual do MDB, presidida pelo empresário Marcus Brandão, irmão do governador Carlos Brandão, correu atrás e divulgou nota em que diz que a discussão interna entre os filiados e lideranças políticas é ‘o meio legítimo para as deliberações que se fizerem necessárias’.
Pode até ser, mas é nessa hora que volta à memória a carta divulgada por um histórico emedebista maranhense, o ex-senador e ex-deputado federal Francisco Escórcio, o Chiquinho Escórcio. Parafraseando o livro ‘Crônica de Uma Morte Anunciada’, do prêmio Nobel de Literatura, Gabriel Garcia Marquez, há tempos Chiquinho Escórcio já denunciava o processo de decadência do MDB do Maranhão, o que, segundo ele, afasta novas lideranças.
Em carta aberta divulgada em dezembro de 2019, Chiquinho Escórcio criticava o comando do ex-senador João Alberto, antevia os desafortunados destinos do MDB maranhense e apontava para os riscos da falência do braço estadual do partido. Agora, Marcus Brandão, atual homem forte do MDB-MA, tem no seu colo a primeira grande confusão.
O deputado Cléber Verde, emoldurado pelo presidente Baleia Rossi e o primeiro suplente Hildo Rocha, o segundo candidato do partido a deputado federal mais votado em 2022, em Brasília, ungiu a candidatura do prefeito Eduardo Braide à reeleição.
Tudo indica, os ‘donos’ do MDB no Maranhão, despreparados, foram pegos de surpresa e nem participaram desta grande façanha, nem através do mais beneficiado pelo partido em todos os tempos e seu porta-voz, o deputado Roberto Costa.
Costa pareceu um tanto revoltado ao contestar a manifestação do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi. O deputado corre o risco de acabar emparedado pelo estatuto do partido, que prevê a possibilidade da Executiva Nacional dissolver diretórios e comissões provisórias.
“Coitado desse rapaz (Roberto Costa) Seu futuro é totalmente incerto e pode ter o mesmo caminho do seu mentor e padrinho político João Alberto, ex-dono do MDB, agora fora da política. Aposto que a Direção Nacional ganha essa parada. Não haverá saída honrosa para a direção estadual do MDB. Brasília vai falar mais alto. Quem viver, verá”, projetou uma importante liderança maranhense.